MEU RIO TEJO
José Carlos Moutinho
Portugal
Tenho saudade daquele tempo
quando o rio era meu parceiro
não havia chuva, sequer vento
que contrariasse o meu roteiro
De muito longe vem aquele rio
de terras de Espanha, Granada
enfrenta obstáculos calor e frio
desliza como se fosse estrada
Em Portugal é Tejo, nasce Tajo
não é nosso, é como se fosse
neste meu parecer tão bizarro
é na sua foz que mostra posse
Ai, rio meu, de minha saudade
que um dia, me teve nos braços
por culpa da minha ingenuidade
vi-me envolvido em embaraços
Era eu tão jovem, quase menino
que se pensava grande nadador
quis o seu abençoado destino
naquele dia, não fosse perdedor
Graças ao jovem meu salvador
que se lançou às águas até mim
eu cansado, sem força de valor
quase esmorecido perto do fim
Penso que pelos dois fui salvo
graças ao jovem, também ao rio
daquelas águas eu não era alvo
e o meu salvador mostrou brio
Após tantos anos decorridos
a memória teima não esquecer
seriam instantes bem sofridos
se a sorte permitisse acontecer
30/11/2025

